sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dia 08 de Novembro de 2013


Querida J.,

Tenho estado no norte em trabalho.
Um dos nossos trabalhos vai em breve levar-nos a Amsterdam. Acho que vou aproveitar para 3 dias de férias numa cidade que acolhe bem e é bonita de se ver.
Depois disto vem a publicação do livro novo e mais dois documentários.
Preciso que tragas o teu corpo ao lançamento e olhes para mim com algum amor.

E tu? e as vertigens?
Sabes, ontem vinha no carro, a conduzir debaixo de uma chuva imensa, e dei por mim sozinha a pensar que o amor sem eternidade não pode ser amor de verdade.
Estive estes dias num jantar com pessoas muito próximas de mim que desacreditavam tudo aquilo que eu tenho de mais sério e mais puro cá dentro: a firme certeza de que um grande amor existe e é possível. E que esse amor durará até à altura em que usarei prótese dentária e as minhas pernas se tornem apenas dois paus de corpo flácidos e débeis.
Se isso não existir para mim, remeto-me à solidão. Ela será a única resposta vivencial para as minhas expectativas.
Ou o amor - tal como eu o acredito - ou a solidão que os gatos trazem à vida de uma mulher.

O que sinto pelo P. tem vindo a mudar. Continuo a achar que só amamos uma vez a sério, desesperadamente e eternamente. O P. teve já a sua história: mais bonita e mais completa...e por isso duvido que haja nele espaço para um amor como aquele que eu procuro para mim.
Ou duvidava.

Por vezes olho para ele e vejo um bocadinho de eternidade e de amor.
Há uma margem de erro que temo.


Escrevo-te de Amsterdão.

beijos

Da tua,

I.


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